por Hugo Lapa
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Não é novidade para muitos estudiosos do espiritualismo a existência de indivíduos que possuem grande sensibilidade, e por isso acabam captando as vibrações que emanam do ambiente e das pessoas. Pessoas assim são chamadas de “esponjas”, pois têm um comportamento parecido com a esponja, ou seja, têm a capacidade de sugar o líquido que entra em contato com ela. Alguns chamam isso de “efeito esponja”, o processo de absorver do ambiente e de alguém seus fluidos, suas energias e vibrações, em especial as negativas e desarmônicas.

Há pessoas que freqüentam certos ambientes e após algum tempo sentem-se carregadas de energias intrusas, como se elas tivessem extraído do ambiente uma parte das vibrações que ele contém. Alguns pesquisadores afirmam que essa atração energética ocorre principalmente por intermédio do chakra do plexo solar. Isso por que esse centro de força é responsável por captar e distribuir as energias vitais em nosso corpo. Nesse processo, ele também capta e distribui as energias negativas que são assimiladas em certos locais, sejam igrejas, instituições públicas, residências, cemitérios, ou qualquer outro lugar.

Ao ter contato com qualquer pessoa ocorre o mesmo: podemos nos sentir cansados, irritadiços, com mal estar ou sonolentos, podemos sentir um formigamento percorrendo nosso corpo, ou ainda sentir que nossa energia foi exaurida e que ficamos com o pior que havia naquela pessoa. O outro sente-se bem e o “esponja” sente-se muito mal. Por outro lado, é bem possível que o indivíduo esponja seja muito necessário em nossa sociedade, pois se não fosse sua capacidade de captar e eliminar alguns fluidos emanados de ambientes e pessoas, haveria demasiada concentração de energias negativas num dados ambiente, e este se tornaria muito difícil de ser freqüentado.

Há necessidade de pessoas que passem de local em local assimilando e drenando essas vibrações, caso contrário, alguns ambientes conteriam uma excessiva carga negativa, e seus habitantes estariam fadados a complicações e até enfermidades. Por esse motivo, algumas pessoas vêm ao mundo com essa missão de sugar e transmutar essas energias deletérias, e com isso assimilar os problemas dos outros e aprender alguma coisa com isso. Quando um indivíduo esponja assimila as energias negativas de outrem, ele está tomando para si, ao menos em parte, um pouco da experiência do outro. Dessa forma, ele pode se colocar no lugar do outro e sentir o que o outro sente, mesmo que apenas por alguns momentos. Isso o ajuda a assimilar experiências e conseguir se libertar delas. Além de ajudar outras pessoas, ele aprende muito com isso. No entanto, é muito importante que essa pessoa, muito sensível, se torne capaz de não apenas captar as vibrações alheias, mas também anulá-las, expeli-las, eliminá-las, ou mesmo transmutá-las, o que seria o mais recomendável. Em suma, o efeito esponja pode ser muito positivo quando a pessoa aprende a transmutar essas energias, pois pode ajudar muitas pessoas; por outro lado, pode se tornar uma desgraça quando ela se identifica com os problemas dos outros e toma tudo para si, sem conseguir transformar essas energias em algo positivo e elevado.

Alguns terapeutas padecem dessa missão. Ao entrar em contato com os clientes, fazer uma imposição de mãos, ou mesmo apenas dialogar com eles, sentem que, ao final da intervenção, estão exaustos e acabaram ficando com boa parte da energia que originalmente era do atendido. Isso ocorre principalmente com pessoas que trabalham práticas de cura por imposição de mãos. As mãos podem emanar energias benéficas e elevadas, mas também podem ajudar a aspirar ou chupar as mazelas e aflições de outros. O terapeuta atento e bem treinado precisa saber como transmutar esta condição para que não fique retendo as moléstias de outrem.

Alguns mestres espirituais mais desenvolvidos espiritualmente são capazes de haurir as energias dos outros, e até mesmo trazer para si suas enfermidades. No livro “Vivendo com os Mestres do Himalaia” Swami Rama conta que, certa vez, seu mestre foi chamado para tratar um caso de lepra que estava quase tirando a vida de um menino da região. Seu mestre havia enviado o discípulo, o próprio Swami Rama, mas ele foi incapaz de tratar o garoto. Então o mestre foi ao local e se postou diante do menino. Repentinamente, a doença do menino foi desaparecendo e o mestre começou a apresentar os mesmos sintomas. O mestre então saiu do local e colocou as mãos sobre uma árvore, passando para ela a doença. A árvore pereceu e o mestre voltou ao local onde estava a criança. Todos puderam observar que a criança já não mais apresentava os sintomas da doença, e foi diagnosticada como curada.

Outro caso de uma pessoa que parecia absorver dos outros suas moléstias era o Padre Pio de Pietrelcina. Dizem que Padre Pio fez um pedido a Jesus desejando que lhe fosse dada a graça de pegar para si mesmo o sofrimento dos outros. Após esse dia, Padre Pio ficava constantemente doente, e começaram a aparecer em várias partes da Itália casos de pessoas que haviam sido supostamente curadas após orar pedindo ajuda ao Padre. Aparentemente, Padre Pio era capaz de absorver o sofrimento e a doença dos outros e senti-los em si mesmo, e assim, trabalhava essas moléstias em seu interior e ele mesmo se curava.

Esses exemplos servem para ilustrar como é de fato possível uma pessoa chupar, sugar e reter as energias externas, de lugares e pessoas. Isso é particularmente verdadeiro dentro de uma família. Um dos membros de uma família pode ser um sensitivo com essa incrível capacidade, e pode não apenas tomar para si as energias dos familiares, como concentrar nele mesmo toda a problemática do seu núcleo familiar. É muito possível que alguns familiares sintam isso e inconscientemente passem a depositar neste elemento todas as dificuldades e turbulências que caracterizam o drama familiar. Neste caso, o familiar pode começar a ser colocado na posição de bode expiatório, e tudo de sórdido e disfuncional que há na família seja transferido para um membro, geralmente o mais fragilizado e mais sensível. De qualquer forma, não se deve acreditar que toda pessoa com sensibilidade do tipo “esponja” seja necessariamente transformada no bode expiatório, mas algumas vezes isso acaba ocorrendo.

O fato é que há elementos de uma família que são transformados no depósito de todo o lixo emocional de uma família, e isso acaba os prejudicando severamente e pode até mesmo abrir caminho para doenças e quadros sintomáticos de transtornos mentais. Isso ocorre por que os familiares não desejam admitir seus problemas, seus desgostos, os dissabores de sua vida, e mesmo sua infelicidade, e por isso passam a jogar tudo numa só pessoa, e fazê-la como bode expiatório, ou como depósito do lixo emocional familiar. Fazem dela o responsável por tudo o que lhes ocorre de ruim, e por isso colocam-no numa posição de inferioridade diante dos demais. Há também familiares que se aproveitam da fragilidade de alguns parentes para auferir alguma vantagem dele, seja financeira ou emocional, exercendo um poder e usando a pessoa como suporte que os impede de decair e ir para o fundo do poço (onde provavelmente já se encontram sem saber).

Algumas pessoas desejam colocar o outro para baixo para se sentirem por cima. Ao invés de se erguerem com suas próprias pernas, com seus próprios meios e recursos, eles recusam esse esforço e passam a desejar rebaixar o parente para que possam sentir-se, ou ter a ilusão de estarem por cima. Nem é preciso dizer que isso é um dos caminhos mais rápidos para a frustração, posto que ilusoriamente estamos nos valendo de nossa posição e da fraqueza do outro para deter o controle de nossa descontrolada e turbulenta existência.

Autor: Hugo Lapa

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